sábado, 3 de setembro de 2016

A SUSTENTABILIDADE EM EVIDÊNCIA



Julio Cesar Machado de SOUZA

                                                             UNINTER- Centro Universitário


Resumo


Esse artigo tem como escopo reforçar um assunto tão comentado e debatido nos últimos anos: a sustentabilidade do planeta. Isso se faz urgente e necessário para a nossa própria sobrevivência. Muitas organizações governamentais buscam alternativas para atenuar o impacto que vem acontecendo ao longo dos anos.  Mas pouca ação efetiva acontece até então. Pesquisas feitas diariamente nos dão a dimensão do que nos espera se continuarmos esgotando os recursos naturais e minerais da natureza sem as devidas responsabilidades. Ações estão sendo pensadas, e implementadas, mas não tem sido o suficiente.  Essa ação tem que ser conjuntas, reunir toda a população do planeta. Cada um tem que fazer a sua parte para que medidas sustentáveis tenham resultados importantes no sentido de minimizar todo impacto causado até agora. Portanto, se faz urgente instituir planos de ações que conscientizem a população, mesmo que isso tenha que ser feito por força de leis mais severas.

Palavras chave: Sustentabilidade. Impacto ambiental. Natureza.


        A natureza é o nosso maior patrimônio, visto que está alinhado a nossa integridade física e mental. E para que tenhamos essa integridade, com maior qualidade possível, dependemos da saúde plena da natureza, ou seja, ela tem que estar ativa e saudável para que possa atender as nossas necessidades. Mas para que ela possa nos suprir com todos os seus recursos naturais e minerais, temos que ter um procedimento equilibradamente consciente e sustentável. No entanto, não basta somente ter uma consciência sócio ambiental, temos que ter a prática diária como hábito, como exemplo e como estímulo. Enfim, nos falta uma cultura ambiental que consolide, de fato, a sustentabilidade de toda essa riqueza natural que é salutar para a continuidade de toda a espécie animal. E nós como ditos seres racionais temos a obrigação de cuidar, manter, e preconizar ideias construtivas e dinâmicas sustentáveis para que   possamos usufruir, da melhor maneira possível, toda essa riqueza maravilhosa de matérias primas e insumos que a natureza, generosamente, nos proporciona. Se não começarmos uma ação conjunta, uma força tarefa universal, o mais rápido possível, pode ser tarde demais para atenuarmos todo impacto que até então temos causado. O esgotamento dos recursos minerais, e naturais estão sendo dissipados, em grande parte, sem nenhuma contrapartida atenuante para o impacto ambiental. Logo, temos que reciclar e reutilizar, achar formas de maximizar tudo o que retiramos da natureza. Portanto temos que aproveitar todo esse benefício da natureza sabendo reciclar e reutilizar o que conseguirmos para contribuir, assim, com a imprescindível sustentabilidade. Até porque, é notável, se continuarmos retirando, de uma forma desordenada, consumindo desenfreadamente todos os recursos da natureza, como vem acontecendo, logo, tudo isso entrará num colapso insustentável.
        Hoje, já consumimos mais do que a terra pode suprir. A depredação do homem, juntamente com o seu consumo irresponsável, é uma ameaça sem precedentes para o futuro de todas as espécies do planeta. Segundo o artigo de Roberta de Abreu Lima e Vanessa Vieira, Revista Veja, 05/11/2008, a humanidade tem utilizado os recursos da natureza como se fossem fontes inesgotáveis. Apesar dessa visão ter mudado em muitos aspectos, a consciência prática da sustentabilidade ainda é insuficiente para uma mudança efetiva.  Se não houver uma atitude universal de preservação do planeta, os recursos naturais, dos quais necessitamos, irá desaparecer significativamente. Um relatório publicado em 2008, pela ONG World Wildlife Fund, mostra que:
O atual padrão de consumo de recursos naturais pela humanidade supera em 30% a capacidade do planeta de recuperá-los. Ou seja, a natureza não mais dá conta de repor tudo o que o bicho-homem tira dela. A conta da ONG foi feita da seguinte forma. Primeiro, estimou-se a quantidade de terra, água e ar necessária para produzir os bens e serviços utilizados pelas populações e para absorver o lixo que elas geram durante um ano. A seguir, esses valores foram transformados em hectares e o resultado dividido pelo número de habitantes do planeta. Chegou-se à conclusão de que cada habitante usa 2,7 hectares do planeta por ano. Nesta conta, o brasileiro utiliza 2,4 hectares. De acordo com a análise, para usar os recursos sem provocar danos irreversíveis à natureza, seria preciso que cada habitante utilizasse, no máximo, 2,1 hectares. Se o homem continuar a explorar a natureza sem dar tempo para que ela se restabeleça, em 2030 serão necessários recursos equivalentes a dois planetas Terra para atender ao padrão de consumo. Essa perspectiva, conclui o relatório, é uma ameaça à prosperidade futura da humanidade, com impacto no preço dos alimentos e da energia.
 Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do planeta dobrou. Esse aumento se deve, principalmente, à elevação do padrão de vida das nações ricas e emergentes e ao crescimento demográfico dos países pobres. A população africana triplicou nas últimas quatro décadas. O crescimento econômico dos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, vem aumentando em ritmo frenético a necessidade de matérias-primas para as indústrias. China e Estados Unidos, juntos, consomem quase metade das riquezas naturais da Terra. O impacto ambiental da China se explica pela demanda de sua imensa população e, nos Estados Unidos, pelo elevado nível de consumo. Nas contas da World Wildlife Fund, enquanto o chinês usa 2,1 hectares do planeta, o americano chega a utilizar 9,4 hectares. Se todos os habitantes do planeta tivessem o mesmo padrão de vida dos americanos, seriam necessárias quatro Terras e meia para suprir suas necessidades.
A exploração abusiva do planeta já tem consequências visíveis. A cada ano, uma área de floresta equivalente a duas vezes o território da Holanda desaparece. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial. A degradação e a pesca predatória ameaçam reduzir em 90% a oferta de peixes utilizados para a alimentação. As emissões de CO2 cresceram em ritmo geométrico nas últimas décadas, provocando o aumento da temperatura do globo.

        A realidade é precária e alarmante. A terra, como nunca, pede socorro. Nós, seres humanos somos os maiores causadores desse impacto telúrico. Logo somos responsáveis diretos para a preservação do planeta.  Se a terra não está saudável, muito menos nós estaremos. A humanidade é totalmente dependentes da natureza, mas parece que não percebe essa obviedade. A nossa qualidade de vida, e toda sobrevivência animal está atrelado a natureza, isso não é obvio? E que fique bem claro, não bastam só campanhas publicitárias, propagandas, ações de ONGs, artigos acadêmicos, bandeiras globais e nenhuma mídia forte irá resolver a questão se isso não for posto em prática diariamente. A própria lei da natureza exige mudanças responsáveis urgentes O comércio mundial só pensa em expansão e lucros não se importando, em primeiro plano, como ficará o planeta aos que virão. Para que a nossa continuidade, a nossa descendência tenha um habitat o mais natural possível temos que repensar os nossos hábitos, nossos comportamentos e sobretudo o nosso compulsivo consumo. Todo mundo fala sobre como deixar um planeta melhor para os nossos filhos. Na verdade, deveríamos tentar deixar filhos melhores para o nosso planeta” (Clint Eastwood, ator e cineasta americano; apud: https://plus.google.com/+LiberteSuaMente/posts/Fcg8qMfX4TZ, acesso em 5 agosto 2016). 1º agosto 2016).
        A educação cultural tem que começar de berço e instituído por força de leis radicais.        Temos, no Brasil a Lei de crimes Ambientais- Lei 9605/98 I Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 que dispõe sobre as sanções penais administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Mas essa lei protetiva do meio ambiente, que é em prol da sustentabilidade, tem que ser mais efetiva e mais abrangente. Ela precisa de uma maior fiscalização por parte das autoridades competentes e da colaboração de todos cidadãos civis. E os indivíduos tem que preconizar e orientar sobre leis e práticas morais de sustentabilidade em todas as organizações que pertença, seja no seio do lar, nas igrejas, nas empresas, nas instituições escolares, enfim, em todos os cantos do planeta terra. Em praticamente todos os países há suas leis ambientais. Logo todos, globalmente, devem estar, cada vez mais integrados e operantes para fiscalizar todo crime e agressão contra a natureza.
         Uma situação simples que poderia ser posta em prática por todos seria a real separação os lixos orgânicos dos reciclados. Hoje, em alguns locais já existe essa coleta de reciclados distintos dos orgânicos, mas há ainda muitas pessoas que não fazem a sua parte. Deveria ter uma cobrança maior por parte das autoridades nesse sentido. Uma medida que deveria ser muito bem apreciada seria contra os empresários que lançam produtos tecnológicos no mercado, quase que diariamente: automóveis, celulares, aparelhos de tevê, sons automotivos e outros. Cada produto confeccionado, ou vendido, deveria em contrapartida ter alguma ação que justificasse a sua fabricação, além do normal ciclo econômico capitalista.  Para compensar as matérias primas utilizadas nos novos produtos deveria ter alguma forma de troca. Talvez o resgate e aproveitamento de produtos ditos obsoletos. Exemplo, para cada novo celular lançado, ou outro produto qualquer, no mercado, o fabricante, proporcionalmente, deveria recolher um percentual desses aparelhos fora de linha ou repor o insumo da natureza através de algum benefício ou reposição, seja através de plantio de árvores, ou alguma forma de reciclagem sustentável. Apesar de ter empresas sustentáveis que buscam compensar e agir de forma justa, ainda é bem fraca as ações que se investem nessa área de equilíbrio fundamental. É muito interessante ter uma ferramenta, cada vez mais, moderna, prática, rápida e com designe inovador. Mas além do custo monetário, temos que considerar o custo material, o custo concreto, ou seja, qual o impacto que cada instrumento pode causar no meio ambiente. Será que vale a pena trocar, por exemplo, o seu celular por causa de um fato novo, ou apenas um detalhe que diferencia o seu aparelho desse novo lançamento. Tudo bem, é tentador ter ferramentas mais sofisticadas, ferramentas que agreguem aplicativos lúdicos e prazerosos, dispositivos mais práticos e dinâmicos. No entanto, sabemos que isso causa grandes impactos para a natureza. Visto que são recursos, muitas vezes, que não se renovam. Por isso seria mais importante procurar consumir produtos que tenham procedência de sustentabilidade. Temos que cobrar dos fabricantes que adotem esse comportamento sustentável para que possamos vivenciar de fato essa palavra que está em evidência, mas na prática não tem funcionado como, de fato, deve ser.
         Por fim, há muito o que se fazer, e isso depende de todos nós, cidadãos do mundo. Temos que repensar o nosso jeito de consumir os recursos da natureza de uma forma útil, conforme a necessidade, sem desperdícios, sem poluição, sem extravagância e, o mais importante, sem agredir a natureza. E refletir sempre para contribuir, seja com ideias que possam colaborar para causar menos impactos ou através de ações que reflitam num amanhã melhor para nós e para os que virão. A sustentabilidade é um planejamento que nunca terá fim. É uma atitude que permeará para sempre os caminhos do ser humano. O que foi retirado, em muitos casos não há como reverter para um processo de renovação, mas podemos evitar e prevenir grandes degradações ambientais. Temos que viver em harmonia com a natureza, ou seja respeito e responsabilidade, é o mínimo que podemos fazer. A preservação será uma constante na vida dos indivíduos, do contrário abreviaremos as possibilidades qualitativas, como um todo, de vida na terra. O ser humano é um ser muito inteligente, mas isso não basta se ele continuar a procrastinar atitudes sustentáveis, temos que usar a nossa racionalidade em prol do meio ambiente mundial. O impacto é inevitável; sempre existirá, todo esse conflito que o homem tem com a natureza, muitas vezes em decorrência de um certo progresso capitalista ganancioso e também por crescimento demográfico sem planejamento. Logo todo esse processo econômico e social, terá que ser sempre de uma forma muito bem calculada para que o planeta sofra o menos possível toda agressão causada por nós seres humanos. Replantio, reciclagem e reuso, terá que ser muito bem destacada nos próximos anos, um mantra educacional para todos os sujeitos. A reciclagem mesmo, será um grande negócio para a natureza e para todo aquele que vislumbrar isso como um grande negócio. As leis tendem a ser mais rigorosas e com um efetivo maior na fiscalização. Mas além de toda perspectiva e especulação, o homem tem que adquirir a práxis sustentável não só por necessidade de sobrevivência, mas, inclusive, também por questões morais e éticas.


Referências



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